domingo, 30 de setembro de 2007

A Tristeza dos Meus Olhos...

Sou a primeira a mandar-me abaixo
sou a primeira a criticar
sou a primeira a criar um eixo
sou a primeira a deixar-me ficar

Passei o dia a pensar
sobre a tristeza do meu olhar
alguém me disse sem brincar
e eu respondi: que não sei explicar

Não sei de onde vem
só sei, que tudo me aterroriza
penso mais do que convém
e a minha mente não estabiliza

De ser feliz tenho medo,
de acreditar sinto frio
de viver uma sombra
de amar um calafrio...

Gostava de não ser assim
ter confiança no que faço
acreditar para o que vim
conseguir criar o meu espaço!

Acho que é tudo isto
que triste me faz ficar
Conseguir sentir tanta felicidade, Cristo!
Que tenho medo de acordar!

Tudo parece tão perfeito
as coisas encaixam tão bem
sinto uma dor no peito
com medo de ficar bem!

Se calhar já sofri muito
também é uma verdade
tudo agora me dá medo, e muito!
de tudo receio falsidade

A tristeza que está cá dentro
só com o tempo vai passar
não quero ter ilusões
que o tempo não possa apagar!

Àqueles que a meu lado estão
só peço sinceridade
percebam o meu coração
para que eu sinta a felicidade

A tristeza dos meus olhos
não passa de medo afinal
medo de pensar ser feliz
e enganar-me no final!

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Um Anjo

Um Anjo pela janela entrou,
pegou na minha mão e me levou...
por caminhos nunca outrora andados
por destinos talvez sempre traçados!

Mostrou-me um Mundo Novo
onde existe Luz e Alegria
onde Eu existo denovo
coisa que já quase me esquecia...

Obrigada!

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Palavras... Só palavras...

Gosto de brincar com as palavras
dizer coisas sem sentido
formar frases que se lêem
e se pensa nunca ter lido.

Dizer o que vem à cabeça
não pensar, em ser coerente
escrever para que não se esqueça
a vontade de ser diferente

Agora mesmo, estou a pensar:
em falar sobre o Sol Esverdeado
a loucura está a revelar:
a cor da lua é o Encarnado

Assim escrevo...
sem pensar!
mas sinto que tenho o trevo
e a vontade de continuar!

Porque... é assim?


Porque é que nem tudo, tem explicação?
Porque é que quando não sabemos,
Porque é que nem sempre fala a razão?
Porque é que quando não percebemos,
Porque é que nem sempre fala o coração?
Porque é que quando vemos,
Porque é que tudo tem que ter compreensão?

É assim, porque sim,
É assim porque não,
É assim porque Eu Quero!
É assim sem explicação!

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Uma Lufada de Ar




Abrir a janela
apanhar ar quente
sentir o que vem dela
e ficar contente

Sentir-me feliz
viver bons momentos
agarrar no lápis
criar vários tempos

Cantar e sorrir
estar sempre a rir
sentir a satisfação
que sinto no coração

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Palavras...

"Há palavras tão aguçadas
que ferem mais que facas bem afiadas"

Gostava de ter asas para...



Gostava de ter asas
para puder voar
puder passar sobre as casas
puder passear sem parar

Gostava de ter asas
para saber como é
andar sempre lá por cima
puder pousar na chaminé

Gostava de ter asas
para sentir o vento
lá em cima nas nuvens
parece que não passa o tempo

Gostava de ter asas
e de muitas coisas mais
agora não posso dizer
já estou a falar demais

Gostava de ter asas para...

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

O Valor do que nos Rodeia

Acordei a pensar... porquê estar triste? Porquê chorar?... Tantos queriam estar no meu lugar… tantos queriam puder acordar!

Se valorizarmos pequenas coisas, insignificantes talvez, o facto do sol nascer todos os dias, termos ar para respirar, já é para nós um facto, algo que acontece e pronto! Nunca se pensa, o que seria de nós sem essas coisas tão banais, não são insignificantes, são precisas para que possamos existir. Isto em grande escala… mas se aproximar-mos, começamos a ver mais coisas, mil uma… mil duas… deixamos de dar valor a tudo o que temos como certo… em casa, na rua, na amizade, no amor… porque o fazemos? Estamos a preferir a incerteza, dessa temos medo, faz-nos pensar, temos cuidados com ela! O que é certo, é certo e pronto!

Estou a escrever, para ver se entra na minha cabeça, pode mais ninguém no mundo identificar-se com o que escrevo, mas escrevo para eu própria compreender, o quão idiota consigo ser… lamentos e tristezas… para que servem? Para os outros terem pena? Claro que não… dar graças pelo sol nascer, e vê-lo desaparecer ao final do dia… é sinal que mais um dia passou, e eu… tu… ele… continuam nesta vida, porque mais um dia passou, é isso que importa, viver… viver… sorrir… dar grandes gargalhadas, ser feliz! Se esse sentimento, essa sensação se pode sentir… porque não aproveita-la ao máximo?

Quero ser feliz, quero procurar a felicidade, na mais pequena coisa que veja, quero sorrir como na ingenuidade de uma criança!

Quero aproveitar a Vida!!!

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Sonho²

Os minutos passavam, o trânsito não andava, na rádio musica, notícias do mundo inteiro, menos daquele sítio, daquela estrada… o que se estaria a passar, não costumava ser assim, porque será que acontece sempre que estamos atrasados, mudo de rádio… a mesma conversa “transito na ponte 25 de Abril… a IC19 já se encontra muito preenchida…. No Porto….”
Sobre o que se passa aqui nada, mas tantos carros, será obras, acidente….
O tempo continua a passar, minuto após minuto, parados no mesmo sítio há 20 minutos, desligam-se os motores, apagam-se as luzes, e espera-se…. De repente começa-se a ouvir sirenes, o som vinha de todo o lado, eram muitas sirenes, muitas luzes azuis a piscar, o que seria aquilo, começam a desviar os carros para a berma, criando um corredor central vazio no meio das faixas, dá para ver ao longe um carro preto, trás motas da policia na sua frente, vêm muito devagarinho, como se de um desfile se tratasse, estão aproximar-se, as luzes das motas não deixam ver, já anoiteceu entretanto, deve ser alguém importante, para toda esta festa.
Cada vez mais perto, as motas distanciam-se um pouco do carro, parece que o estão a abandonar, passam por mim já a grande velocidade, continuando o carro devagar, ao chegar ao meu lado pára…. A janela abre-se, e alguém lá dentro diz:
- Entra!
… De repente tudo passava rápido, a estrada já vazia, como se fosse uma pista, o barulho do V8 a ensurdecer, curvas contra curvas, a velocidade no máximo, a travagem à ultima, o carro no limite, o publico a vibrar….
Publico?! O que se passa aqui, porque estão todos a olhar para mim, já não há carros, as motas da polícia estão ali, os polícias olham para mim e encolhem os ombros…
Ainda estou no mesmo lugar, nada aconteceu!
Apenas adormeci….
30 de Janeiro 2007

domingo, 16 de setembro de 2007

Polícia confirma morte de Colin McRae

É com muita tristeza que confirmo esta noticia... a prova de que quase tudo acontece quando tem que acontecer...

"Ex-campeão mundial de rali e seu filho de cinco anos foram vítimas de acidente aéreo"

Até Sempre!

Colin McRae, pai de dois filhos, venceu o Campeonato Mundial de Rali em 1995 com um Subaru, transformando-se no primeiro britânico a conquistar o título. Ele ainda ficou em segundo lugar em 1996, 1997 e 2001.

sábado, 15 de setembro de 2007

A Conclusão do que um dia Acaba...

Estas palavras eu sei
que nunca as irás ler
talvez por isso as escreva
apenas para te esquecer

Sentada a ver a lua
estive durante horas
não sei ideia a tua
eu espero, e tu demoras

Sentada na minha cama
com as lágrimas a cair
dei voltas e mais voltas
e decidi ter que ir...

As juras que se fazem
nunca se deviam fazer
deixam mágoa nas palavras
e só nos fazem sofrer

Se o amor é coisa boa!
Todos dizem que sim
porque nos faz tanto mal
Porque nos deixa assim

Amar e ser amado
é dificil de encontrar
mas dizer que se ama a toda a hora
faz deixar de acreditar

Não devia ser preciso
a palavra "Amo-te" existir
devia ser obrigatório
apenas isso se fazer sentir!

É um sentimento de alivio
de tristeza ao mesmo tempo.
sei que acabou a bem,
parece que foi com o vento.

No dia em que acabou
pensei não voltar amar,
pensei nunca conseguir,
voltar um dia a chorar

Às vezes chego a pensar
se pertenço a esta terra
nascem todos para enganar
eu não devo ser desta era

Ninguém é feliz sozinho
ninguém consegue tal feito
por mais que se tente sozinho
existe sempre um par perfeito

Julho 2007

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Palavras...

Se a Vida nem sempre te Sorri,
Não fiques triste...
O Sol nem sempre Brilha,
Mas existe!

Um Homem Invulgar

Ao caminhar numa rua movimentada, reparo num grupo de pessoas, umas jovens outras nem tanto, todas falavam e riam, excepto uma. Um Homem sem idade, talvez sem identidade, olhou-me fixamente os olhos, de seguida fixou o chão, e de lá mais não levantou os olhos, até eu chegar ao final da rua. Era um homem alto e magro, cabelo comprido, em tons de cinza, com umas grandes madeixas brancas, uma pequena franja no ar, o curioso era o seu rosto, do seu lado direito, tudo era branco, sobrancelhas, pestanas, até metade do bigode, do lado esquerdo negro, como se duma colagem se tratasse.
Tinhas olhos cor de mel, todo o ambiente que formava o seu rosto, era misterioso, feio... bonito... assustador... não sei! Os olhos que me viram, diziam algo, tinha sofrimento no caminho.
Quando cheguei ao fundo da rua, a magia acabou, não o vi mais, mas fiquei com o seu olhar em mente, parecia querer dizer algo, mas estava aprisionado, o chão era o seu limite, a sua barreira, o seu destino. Pensei nisto durante alguns dias, mas acabei por esquecer.
Hoje quase um ano depois, sentada no banco do autocarro, olho à minha frente e lá está ele, com o mesmo olhar doce e amargo, penso tocar-lhe para ver se existe... mas não tenho coragem! Já não tem o bigode, e noto uma cicatriz no seu rosto, talvez a razão de ter dois tons no rosto, não sei! Olha-me novamente... sinto-me estremecer, algo me queria dizer! Eu Sinto! Mas nada... olha novamente o chão, e assim fica, os balanços da viagem não o atigem, parece fixar um grão de areia...
Vejo pessoas entrar... outras saír... será que só eu vejo este Homem?
A sua viagem está a terminar... encontravamos nos fundo do autocarro, eu sentada de frente e ele sentado de frente para mim. derrepende levanta-se... olha-me novamente, não consigo descrever o seu olhar, era feliz para mim... acho eu! Mas consegui sentir a sua força... fez-me um sorriso... virou costas e partiu... dirigiu-se para a saída, o autocarro parou... saíram umas cinco pessoas, ao arrancar logo de seguida, esperei vê-lo mais uma vez! Mas Nada! Desapareceu! As restantes pessoas ali estavam... mas aquele Homem não!
Olhei para todo lado, como se estivesse a ficar louca... não existem fantásmas!?
Aqui estou eu agora em casa... a pensar em tudo isto... não encontro explicação, mas também não sinto medo! Foi algo diferente que aconteceu... nem tudo tem Explicação.
Maio de 1994

O Laço

Nunca tinha reparado pronto:
Está dado o laço.
Como é curioso um laço...
Uma fita dando voltas que se enrosca...
Mas não se enrola. Vira, revira, circula e...

Assim como um abraço:
Coração com coração.
Tudo isso cercado de muito braço.
É assim que é o laço:
Um abraço no presente...
No cabelo...
No vestido...
Em qualquer coisa que faço.

E quando puxo uma ponta, o que é que acontece?
Vai escorregando... devagarinho...
Desmancha-se...
Desfaz o abraço.
Solta o presente, o cabelo...
E na fita que curioso,
Não faltou nenhum pedaço.

Ah! Então é assim o amor, a amizade.
Tudo o que é sentimento?
Como um pedaço de fita?
Enrosca, segura um pouquinho,
Mas pode desfazer a qualquer hora,
Deixando livre as duas pontas do laço.

Por isso se diz:
Laço afectivo, laço de amizade...
E quando alguém briga, então se diz:
Romperam-se os laços...
E saem as duas partes, igual a dois pedaços de fita,
Sem perder nenhum pedaço.

Assim é o amor...

Não prende, não escraviza, não aperta, não sufoca.
Porque quando vira nó, já deixou de ser laço.