Nunca tinha reparado pronto:
Está dado o laço.
Como é curioso um laço...
Uma fita dando voltas que se enrosca...
Mas não se enrola. Vira, revira, circula e...
Assim como um abraço:
Coração com coração.
Tudo isso cercado de muito braço.
É assim que é o laço:
Um abraço no presente...
No cabelo...
No vestido...
Em qualquer coisa que faço.
E quando puxo uma ponta, o que é que acontece?
Vai escorregando... devagarinho...
Desmancha-se...
Desfaz o abraço.
Solta o presente, o cabelo...
E na fita que curioso,
Não faltou nenhum pedaço.
Ah! Então é assim o amor, a amizade.
Tudo o que é sentimento?
Como um pedaço de fita?
Enrosca, segura um pouquinho,
Mas pode desfazer a qualquer hora,
Deixando livre as duas pontas do laço.
Por isso se diz:
Laço afectivo, laço de amizade...
E quando alguém briga, então se diz:
Romperam-se os laços...
E saem as duas partes, igual a dois pedaços de fita,
Sem perder nenhum pedaço.
Assim é o amor...
Não prende, não escraviza, não aperta, não sufoca.
Porque quando vira nó, já deixou de ser laço.
2 comentários:
O mais lindo poema que conheço de José Mário Barbosa
Excelente escolha!
;)
:)
Obrigada... não sabia quem o tinha escrito, chegou-me às mãos "por engano", num powerpoint todo XPTO!
Achei que era bom de mais para ter imagens a explica-lo!
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